Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. William Shakespeare
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Olhando para o céu, sonhadora, encontrava-se uma garotinha chamada Lizzie, que sem se importar com o tiroteio ocorrente do lado oposto da cerca do jardim em que estava deitada, continuava sonhando em voar ao céu azul, tocar a lua e embolsar uma estrela.
Colocou suas asas de borboletas feitas de plástico e correu em direção às ruas perigosas do centro da cidade. Onde centenas de corpos se encontravam estatelados nos chão junto a vários cartuchos de balas e armas de todos os tipos. Onde bombas e balas voavaminocentemente de um lado para o outro, até atingir seu alvo e tirar mais uma vida. Onde a realidade lhe atinge o peito com a força de um trator, transformando sua espinha em milhões de cacos miseráveis que logo serão esquecidos pelo mundo.
Lizzie subiu no prédio mais alto, na torre mais alta e ali permaneceu. O heliponto estava, exceto pela garotinha e os sonhos que carregava nos bolsos, nas costas e no sorriso.
Caminhou em direção ao nada, em direção ao céu, em direção às estrelas, com esperanças de voar. E caiu.
Seu rosto demonstrava alegria, alegria da qual ela nunca havia sentido antes.
Lizzie voou em direção ao chão com um sorriso estampado no rosto. Estava voando. Estava sonhando. Estava morta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário